sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Original" VS "Artificial"

Penso que talvez não saibamos aproveitar o que está diariamente diante dos nossos olhos. Estamos constantemente em contacto com o "artificial" da vida, até porque talvez o "original" já esteja sem qualidade devido exactamente ao aproveitamento excessivo do "artificial".
Há coisas insuportáveis, há pessoas insuportáveis, há atitudes insuportáveis, há MANEIRAS DE PENSAR insuportáveis. Tudo se pode tornar insuportável quando ultrapassa os limites...
Já não há ninguém que saiba o que é viver sem um telemóvel, sem o computador, sem internet, sem qualquer tipo de aparelho útil que hoje em dia é uma coisa perfeitamente normal para qualquer um de nós. Não estou com isto a querer dizer que eu consigo, porque eu talvez até seja das pessoas mais agarradas ao telemóvel ou a qualquer outro tipo de tecnologia... Quero com isto dizer que talvez não saibamos aproveitar bem o essencial da vida, da natureza, do planeta, de qualquer tipo de coisas "originais" sem a interferência do "artificial". Se já foi possível viver sem isso, qual é razão de nos considerarmos actualmente incapazes de sobreviver com a ausência disso mesmo?
Ao dizer tudo isto, parece que estou a querer transmitir que sou uma amiga do ambiente, que não uso telemóvel por achar ridiculo, que não ligo à internet, que venero a natureza e os passarinhos a cantarular, etc, etc. Mas nada disso. Eu sou apenas mais uma pessoa no mundo que nasceu dentro da actualidade e que está inteiramente adaptada a tudo isto de agora e que sinceramente até me considero também incapaz de viver sem todo o "artificial" que me rodeia.
Talvez algum dia alguém abra os olhos e me compreenda, se é que não há já alguém.

sábado, 19 de junho de 2010

Realidade

Por vezes, sentimos o que não queremos sentir, outras vezes, queremos sentir o que não sentimos. Outras, não dizemos o que queremos dizer e não mostramos o que queremos mostrar.
Sim, eu sei que há, eu sei que sente, eu sei que apesar de tudo não quer mostrar. O que faz para não querer mostrar, leva exactamente ao mostrar o que não quer mostrar. Eu percebi e também percebeu. Não quis mostrar e mostrei.
Sei que às vezes o orgulho fala mais alto, mas temos que aprender a mandá-lo calar porque quem acaba mal somos nós. Eu sei que não mostra simplesmente porque não quer, mas eu sei que quer, e acaba por mostrar. Eu vi, também viu. Eu sei que mexe, eu sei que sente, eu sei que não quer mexer, eu sei que não quer sentir. Mas há que confrontar a realidade, e a realidade é esta: algo há.

domingo, 6 de junho de 2010

Perfeição(?)

Perfeição? Sei que é algo que é algo por que procuram constantemente, exactamente pelo facto da sua inexistência. “O fruto proibido é sempre o mais desejado”. Sim, esta frase é real. Queremos sempre o que não temos, admiramos e desejamos a perfeição, descriminamos e evitamos a imperfeição. Porquê? Porque nunca estamos satisfeitos com o que é nosso, com o que nos rodeia, somos constantemente “do contra”, desejando sempre o contrário do que é nosso. Surge-me também o porquê de não vivermos com o que é nosso, de não nos habituarmos ao que é nosso, e não sermos felizes com o que é nosso. Afinal, é nosso! Faz parte de nós, qual é razão de tanta descriminação a isso mesmo? Porquê a constante admiração ao que não é nosso, e, principalmente, à perfeição? A busca constante pela perfeição é completamente ridícula, pois qualquer pessoa normal sabe que é uma busca sem sucesso.
Só gostava de poder pedir a todo o mundo que abrisse os olhos para a realidade, e parasse de uma vez por todas de admirar o impossível de existir, que parasse de uma vez por todas de admirar a perfeição e de tentar construir isso mesmo, tanto como tentar encontrá-la. Os nossos olhos estão diariamente diante de coisas repletas de perfeição construída e ficcional. A maquilhagem é uma das muitas provas que a imperfeição gosta de ser camuflada pela perfeição, apesar da construção da perfeição ser levada muitas vezes à imperfeição. Algo complicado, digamos assim…
Só há uma e uma única altura em que encontramos alguém perfeito na vida. Quando nos apaixonamos. Aí sim, vemos alguém com outros olhos, poder-se-á dizer até que temos os nossos olhos vendados com uma venda que apenas nos mostra o perfeito e nunca o imperfeito; apenas as qualidades e nunca os defeitos; apenas as boas coisas e nunca as más. A perfeição - jamais a conseguiremos alcançar, a não ser aos olhos dos que nos amam.
Quando somos amados, aí sim, temos a falsa sensação de termos finalmente alcançado a tão difícil e desejada perfeição. Ama e sê amado, sentir-te-ás “perfeito”, bem como encontrarás a “perfeição”, apesar de isso não passar de uma mera ilusão.
As ilusões são boas até um certo ponto. São boas enquanto nos fazem sonhar, e dentro desses sonhos somos felizes, e por momentos conseguimos encontrar a felicidade que tanto procurávamos. O pior das ilusões, é quando elas acabam, e passamos à desilusão. A ilusão e desilusão estão definitivamente sempre relacionadas, porque depois da ilusão, vem sempre a desilusão.
Com a desilusão sofremos. Sofremos muito, e inicialmente custa-nos até a acreditar que tudo foi uma mera ilusão. Porque, de facto, a ilusão deixa-nos tão crentes de algo tão irreal, que ao nos desiludirmos caímos inteiramente de “para-quedas” na realidade, que nessa altura, para nós, anteriormente iludidos, é a irrealidade.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Injustiça

Percebi que a vida é realmente injusta. Sempre foste das pessoas que eu mais admirei, se não mesmo a tal que mais admirei. A tua força, a tua bondade, o teu ser. Foste alvo duma coisa que não mereces, não mereces mesmo. Não sei como é possivel a injustiça da vida chegar a este ponto. Pessoas que são más toda a vida, não têm o azar que tu tiveste, e tu, TU, aconteceu-te isto. EU agradeço-te porque fizeste-me e continuas a fazer-me feliz, e o que eu mais desejo é que continues a fazer, durante muito tempo. Sei que há coisas impossíveis, incluíndo o facto de ficares bem de novo... O que eu mais queria era poder ver-te bem, a sorrir, quero sentir-te bem para me poder sentir bem também, preciso de ti forte ao meu lado, quero-te bem, quero tanto tanto. Deus, o que mais me intriga. Se Deus existisse, porque te faria passar por esta injustiça? Mas eu gostava de acreditar na sua existência, gostava de conseguir rezar por ti e que essa reza fizesse sentido para mim, mas depois de todas estas injustiças, como poderei eu acreditar que ele existe e que é tão bom? Não faz sentido, p'ra mim não faz sentido e nunca fará. Eu lembro-me, perfeitamente, de quando soube disto, senti que naquela altura, a vida estava-me a correr tão bem, e que foi isto que me a estragou. Eu ergui-me por ti, quis ser forte por ti. Nunca o disse, mas sabes que o sinto, EU AMO-TE, AMO-TE COM TODAS AS FORÇAS E VOU AMAR-TE SEMPRE. Vou torcer fortemente pelo teu bem estar, porque isso sim é o que mereces verdadeiramente. SEMPRE CONTIGO.

sábado, 15 de maio de 2010

Realismo

Amar: o que nem os mais insensíveis conseguem evitar.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Complicado

Não percebes, ninguém percebe. Gostava que apenas me conseguissem explicar a razão de certos acontecimentos. A razão disto, disto tudo, a razão da actualidade, dos pensamentos, das pessoas, do mundo, a tua razão, a tua razão de existência, do teu ser, a razão de estares tão ausente como tão presente.
Expliquem-me apenas, ou melhor, dêem-me apenas a resposta a todas as perguntas que pairam por aí, perguntas às quais ainda não foram obtidas resposta, eu quero respostas, quero respostas a todas as perguntas, a todas as minhas perguntas. Expliquem-me o porquê da impossibilidade de obter determinadas respostas. Expliquem-me o porquê da impossibilidade de conseguir ser e fazer o que quero. Expliquem-me, também, já agora, a impossibilidade dos nossos sonhos não se tornarem sempre reais. Se podessemos construir a nossa vida tal e qual como construimos os nossos sonhos, penso que haveria muita perfeição e felicidade por aí. Diria até que tenho certezas disso, mas nunca se tem certezas de nada sem saber.
O que eu mais queria era ter a capacidade de apagar pessoas e recordações de mim, seria uma capacidade fantástica, evitava-se muito sofrimento. Sei quem iria apagar, sei o que iria apagar, sei que não me arrependeria pois não iria saber mais da existência disso mesmo.

Do me a favor

Open your eyes, see what you are, what you could be, tell me that you'll open your eyes.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Variedade de sensações

Sofrimento, alegrias, desilusões, ilusões.
As desilusões têm feito parte, nunca pensei poder vir a desiludir-me tanto, tanto como me estão a desiludir. Iludi-me tanta vez, fui burra, várias vezes. Aquele dia de Agosto devia ter sido diferente, nada disto estaria como está agora. Aliás, secalhar nem sabia da tua existência. Se perferia? Completamente! Poupava sofrimento, apesar de tudo isto me ter feito crescer. Cresci, com os erros e com o sofrimento, desilusões. Mas também poderia vir a crescer mais tarde, com outros erros ou desilusões, ou sabe-se lá mais o quê. Mas o que é certo, é que o presente é isto mesmo, o que sou agora, e é devido a todas aquelas coisas que sou o que sou, que cresci o que cresci. Tudo isto faz parte, apesar de doer. Sei que a vida não tem só coisas más, ela ainda tem muito para me mostrar, apesar de ultimamente ter apenas conhecido o seu lado negro e pequenas coisas boas.
Desilusões, desilusões, desilusões. Desilusões? MUITAS! El* é uma.

domingo, 2 de maio de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Hoje em dia

Hoje em dia as pessoas dão demasiada importância ao exterior, algo que não compreendo. Se lhes perguntarem se é por causa do exterior de uma pessoa que essa pessoa os magoa, que essa pessoa os faz sorrir, que essa pessoa os faz chorar, que essa pessoa os faz felizes, que essa pessoa os faz as pessoas mais tristes do mundo, que essa pessoa os deixa fora deles, que essa pessoa se apodera das suas mentes, a resposta, obviamente seria "não". A menos que a pergunta fosse feita alguém demasiado insensível e desumano.
Na minha opinião, deveria-se reflectir sobre isto, porque discordo completamente com a descriminação aos menos bonitos, sem mais nem menos, e à admiração constante pela suposta perfeição exterior. Lá por alguém ser menos bonito, não quer dizer que esse alguém não saiba amar e que não saiba fazer alguém feliz, muito menos que não seja boa pessoa. E lá por alguém ser lindo de morrer, significa que é a melhor pessoa do mundo ou que é um "Deus"? Não percebo, nunca irei perceber, nem tenciono sequer vir a perceber.
Esta população de hoje em dia está-se a tornar demasiado insensível, e só quando sofrerem na pele essa insensibilidade vinda de outro alguém, é que irão perceber realmente o que é sofrer.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Superar

Os dias e as noites têm passado naturalmente. A pressão sobre o assunto tem reduzido. À noite, por momentos, consigo esquecer-me de tudo o que me obriga a lembrar o passado, os momentos que não me largam, parecem finalmente fartar-se de me atormentar. Actualmente, o passado, tem sido o meu melhor inimigo, completamente. Os dias têm vindo a mudar, a rotina tem vindo a ser outra, tudo tem mudado. De manhã, limito-me a preocupar com o que irei vestir e com o sono que sinto. Ao longo da manhã, lembro-me várias vezes do meu querido inimigo, mas depois acabo por me esquecer. Ao chegar a casa, o habitual. Enfio-me no quarto, e penso em tudo. Nem tudo pode mudar a 100%, mas parte mudou, tenho a certeza. Ao jantar, o silêncio continua a fazer parte da mesa de jantar, mas não é nada que me incomode. Quando chega a hora de dormir, apago a luz, e penso em muita coisa, não só no passado. Para além de recordar algumas coisas do passado, que tento limitá-las para nenhuma lágrima se dar ao luxo de explorar a minha cara, recordo também o dia feliz que tive, a forma como tenho andado a aproveitar a vida e a conseguir esquecer certas coisas que me têm vindo a deixar não no melhor estado. Por fim, adormeço. Não significa que deixo de recordar, nada disso. Sonho com várias coisas, coisas que por vezes não entendo o significado, mas muitas das vezes, sonho com aquela memória que me tem atormentado ao longo destes meses... Acordo a meio da noite, talvez com uma lágrima na cara, mas limito-me a levar a mão à cara, limpá-la, e volto a fechar os olhos e a adormecer. De manhã, nem me lembro ao certo do que sonhei, mas também não me interessa. Os dias, vão evoluindo ao logo do tempo, cada um vai sendo melhor que outro, e com uma sensação de estar a superar a situação, cada vez maior. Acredito que a superação está a correr bastante bem, mas confesso que não está a ser perfeita, pois têm havido alguns deslizes pelo meio, nada de mais. Estou disposta a ser capaz, estou a disposta a conseguir a amizade do passado.

Passado

Valorizo bastante o passado, pois sem ele não seria o que sou hoje. Todas as noites, quando estou naquele quarto, tendo a impressão de estar apenas rodeada pelo escuro e nada mais, ponho-me a recordar todos aqueles momentos que me marcaram, recordá-los ao pormenor. Esboça-se um sorriso, um toque de alegria espalha-se por aquele quarto, o orgulho sobe-me à cabeça, todos aqueles momentos foram tão perfeitos, apenas sinto que quero voltar atrás, quero reviver tudo outra vez, quero sentir a felicidade que senti. Uma lágrima cai, toda aquela escuridão volta a revelar tristeza, abri os olhos para a realidade, é apenas passado, e o passado não se repete. Porquê? Pergunto-me vezes sem fim. A noite vai passando, acabo por perder o sono, o que hei-de fazer? Decido ficar pela escuridão a recordar, o meu passado. As memórias apoderam-se do meu pensamento, as lágrimas da minha cara, o orgulho da minha alma, a saudade do meu ser. Chego à conclusão, que não parei no presente, e que o passado, já foi, o futuro terá muitos mais momentos maravilhosos, que uma noite mais tarde, irei recordar, outra vez, com alegria, tristeza, orgulho e saudade.
Por fim, o sono acaba por vir, os meus olhos pesados de cansaço, acabam por fechar e caio em sono profundo, e mais uma noite passou.
Todos os dias, ao acordar, penso como seria esta manhã há uns meses atrás, o sorriso que eu ganhava, logo ao acordar e que permanecia até ao resto do dia. A manhã passa, as aulas entediantes, para mim, não são aulas, são tal e qual como todas as noites, aproveito-as para recordar. Quando dou por mim, a aula está a acabar, e ainda nem sequer tinha parado de pensar na mesma coisa, naqueles momentos marcantes do passado. Intervalo, vinte minutos de distracção. Acabo por me esquecer, durante vinte minutos, de todas as memórias que não largam o meu pensamento. Vinte minutos de convivência com os melhores, até que algum deles diz alguma coisa que me faz lembrar a tal memória… Os momentos marcantes voltam a apoderar-se do meu pensamento. Afinal não são vinte minutos de distracção, mas sim apenas dois. Todos os outros 18 minutos voltam a ser o mesmo de sempre: recordar. Quando volta a tocar, e vou para outra aula, volto a tentar abstrair-me das memórias. Resultado – negativo. Impossível.
O resto da manhã entediante, é passada com cara séria, sempre com os mesmos pensamentos e muitas das vezes, a ouvir músicas que me fazem lembrar os tais momentos. Chego a casa, finalmente o meu cantinho, o meu quarto. Tranco-me, deito-me, recordo, choro, sorrio, canto, berro, desespero, sinto saudade, sinto a falta, preciso de ti. Inúmeras coisas me passam pela cabeça, incluindo, o facto de que se tudo fosse como dantes, naquele momento não estaria ali, a desesperar para que o tempo voltasse atrás. Acabo por me erguer, limpo as lágrimas, e tento perceber que “passado é passado”. Convenço-me de que vou ser capaz de esquecer, e viver apenas o presente. Resultado – negativo, mais uma vez. Percebo também que apenas tento mentir a mim própria. Quando é que isto irá acabar? Uma tarde passa. Jantar. O Silêncio à mesa às vezes é um pouco incómodo, mas eu venero o silêncio. Volto para o quarto com mau-humor, sem paciência para nada, e acabo por me deitar. Mais uma noite a recordar. Apago a luz, recordo, e uma lágrima volta a cair. Limpo-a. Volta a cair outra. Limpo-a. Voltam a cair muitas mais, inúmeras lágrimas, não sou capaz de as suster. Mais uma vez, sinto que preciso do passado, preciso de reviver tudo outra vez, não aguento mais isto. A monotonia dos dias, sempre com um péssimo estado de espírito e a pensar sempre nos mesmos momentos, deixa-me frustrada. Adormeço, por fim descanso e abstraio-me do assunto. De manhã, ao acordar, tudo se repete. Pode ser, que algum dia, esta monotonia acabe, pode ser que volte a sentir a felicidade que senti.