terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Não sei

Talvez nada seja assim tão facil.

A cada dia, a cada hora, minuto, segundo, que passa, algo muda. Nem que seja apenas o estado de espírito. Estado de espíritio? Falo por mim, que por mais segundos, minutos, horas, dias que passem, o meu, tem-se mantido. Por vezes camuflado, por vezes não, mas tudo depende.

Tenho me apercebido que aprendemos com cada acção praticada, cada erro cometido, cada conversa, cada momento... E sei também que é com o facto de aprendermos, que nos vamos apercebendo aos poucos do que é afinal a vida.

Definição de "Vida"? Penso que não há, especificamente, uma boa definição. Porquê? Porque depende. Depende do quê? De tudo. Se anotarmos todas as perguntas que temos perante a vida, vamos, aos poucos, percebendo que mesmo sem querermos, todas as questões são respondidas, ou até vão surgindo mais questões.

Mas afinal, de que estou eu a falar? Da vida? Da minha vida? Do que me vai na alma? Sinceramente, nem eu própria sei. Sei, apenas, que tenho tido percepções que preferia ter mais tarde, percepções essas que despertam tanto dor, como alegria.

Tenho visto tudo numa correria, numa correria que passa por etapas de mudança, a cada metro que completa e a cada segundo que passa. Tudo tem mudado, tudo se tem transformado, até os meus pensamentos, as minhas palavras, os meus sorrisos, as minhas lágrimas. A cada dia, ao acordar, algo me vem à cabeça, um assunto que me persegue. Persegue-me 24 horas por dia, 60 minutos por hora, 60 segundos por minuto... Persegue-me. E essa perseguição, rodeada por muitas outras, secundárias, parece não querer acabar, e parece-me também já nem sequer viver sem ela, inspirar sem ela, pestanejar sem ela, que o meu coração bata sem ela. Talvez uma perseguição que se apoderou do meu ser. Perseguição essa que me mudou. Não me sinto em mim, não me sinto a mesma pessoa. Sinto um vazio em mim que parece impossível de preencher, uma mágoa que não me larga, uma incapacidade de largar um verdadeiro sorriso. Sem dúvida, mudei de mundo, pena não ser literalmente. Sinto-me apenas bem no meu mundo, comigo. Procuro obter respostas, mas fracasso, constantemente. Sim, fracasso, a minha vida é feita de fracassos, que sem nunca me ter apercebido, por minha culpa, por actos que não foram em vão. Aliás, nada foi em vão.

Será que mereço? Será, que realmente, eu mereço? Será essa a razão? Vejo, a cada dia que passa, as situações a piorarem, apesar de me confortar e pensar o contrário.

Afinal de contas, a vida, tem-me ensinado que tudo faz parte. As desilusões fazem parte, as lágrimas, por mais secas que estejam, fazem parte, tal e qual como as alegrias e os sorrisos verdadeiros, que pouco têm estado presentes. Pergunto-me quando será que tudo se irá inverter, pergunto-me quando será que um dia acordarei e pensarei "Afinal era tudo um sonho? Os sonhos, afinal, não são assim tão inúteis.". Iria eu ter saudades? Será que ia surgir uma vontade de voltar a repetir o sonho, para tentar perceber todo aquele tormento? Só sei, que o que é certo, é que ainda não acordei, e afinal, é melhor aproveitar da melhor forma, antes que acorde depressa...

(Set10)

Sem comentários:

Enviar um comentário